Notícias - Guerra Mundial Z

Guerra mundial Z apresenta os zumbis em contexto geopolítico internacional
Livro que deu origem ao filme com Brad Pitt foi escrito por Max Brooks


Publicação questiona o que aconteceria se os zumbis chegassem a lugares como Cuba, Faixa de Gaza, Floresta Amazônica, África do Sul e China. Foto: Paramount Pictures/ Divulgação.

  Todas as boas histórias sobre zumbis são carregadas de metáforas sobre a própria humanidade, pelo menos, desde os clássicos de George Romero, mestre do gênero. Nos filmes do cineasta, as reações contra os mortos-vivos simbolizam as lutas entre as classes sociais e expõem a bestialidade dos próprios seres humanos, que matam uns aos outros, enquanto se desesperam por causa das criaturas. No livroGuerra mundial Z, que deu origem ao filme com Brad Pitt que estreia nesta sexta-feira, o escritor Max Brooks expande esse fenômeno para o contexto geopolítico internacional.
  O que aconteceria se os zumbis chegassem a lugares como Cuba, Faixa de Gaza, Floresta Amazônica, África do Sul e China? Parece um questionamento óbvio, mas essa preocupação tem sido ignorada em praticamente tudo o que tem sido produzido sobre o assunto nas últimas décadas. Max Brooks, com seu estilo irônico e detalhista, tenta preencher essa lacuna.
  Em Guerra mundial Z, o humor não é explícito e o horror é a prioridade. Mesmo assim, o livro não deixa de ser um legítimo representante da chamada “cultura inútil”. Há todo um conteúdo político intencional, com provocações pertinentes sobre as contradições econômicas e sociais do mundo contemporâneo. Porém, Brooks transparece sua malícia ao cair em clichês e caricaturas sobre os povos retratados. Um personagem brasileiro, por exemplo, sempre carrega uma arma por morar no Rio de Janeiro. O sul-africano é um favelado. O árabe odeia judeus. Os norte-americanos, pelo menos, são os mais ridicularizados.

Brad Pitt encara a luta contra os zumbis para tentar salvar sua família. Foto: Paramount Pictures/ Divulgação.
Independentemente de questões internacionais, o livro também é carregado de críticas ao sistema social capitalista. Quando os zumbis dominam a maior parte da terra, diversas profissões bem-sucedidas perdem o sentido. Advogados, publicitários e executivos torna-se inúteis e são obrigados a obedecerem às ordens de marceneiros, pedreiros, faxineiros. Para a antiga elite, na inversão de papéis, seus ex-empregados podem provocar mais medo do que os mortos-vivos.

Apesar de ser bastante pop em sua linguagem, o livro não tem um formato convencional. Cada capítulo é um depoimento, em primeira pessoa, de um personagem de nacionalidade diferente. As informações não estão diretamente ligadas mas se complementam. À medida em que atravessa as páginas, o leitor compreende melhor os acontecimentos que levaram à tal guerra mundial, sempre sob o ponto de vista das testemunhas.

Sobre o autor

Max Brooks é filho de Mel Brooks, um dos maiores gênios da comédia no cinema. O próprio Max também consolidou a carreira no humor, como roteirista do programa Saturday Night Live. Ele ganhou respeito no terror com seu primeiro livro, o detalhista Guia de sobrevivência contra zumbis, sucesso de público e crítica. Guerra mundial Z é dedicado a George Romero, diretor da série de filmes iniciada com o clássicoA noite dos mortos-vivos.




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